No âmbito da componente de contingência e resposta à emergência, na sigla em inglês, CERC, foram reabilitados em Moçambique, pela Direcção Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento (DNAAS) e pela Administração de Infra-estruturas de Água e Saneamento (AIAS) com o financiamento do Banco Mundial, 35 sistemas de abastecimento de água, sendo 28 nas zonas rurais, sete sistemas renconstruídos nas vilas, e 99 fontes dispersas de água igualmente foram reerguidas. Estas interveções na componente de abastecimento de água beneficiam 102, 993 pessoas e quanto ao saneamento são beneficiadas 88.245 indivíduos. As Infra-estruturas reabilitadas tinham sido destruídas pelo ciclone FREDY em 2023.

Na província da Zambézia, a intervenção da CERC permitiu que os sistemas voltassem a disponibilizar a água a maior número de comunidades. E algumas fontes têm rampas para acesso as pessoas com deficiência como explicou o técnico da Direcção Provincial das Obras Públicas da Zambézia, Arsénio Nobre.

“Nesses cinco sistemas de abastecimento de água, importa referir que os Distritos de Quelimane, Namacurra, Mopeia, Nicoadala e Maganja da Costa foram os beneficiários”.

As escolas também se beneficiam desses sistemas que funcionam com base em energia solar.

Sheila, residente da vila-sede do Distrito de Namacurra, na Zambézia, conta que, com a água potável perto, não se atrasa mais à escola e consegue realizar os seus afazeres diários, um dos quais a lavagem de roupa.

“Mudou muita coisa porque já não sofremos. Onde tiramos a água é perto, estamos perto de tudo mesmo, até da escola e temos água potável e segura” explicou a jovem estudante.

Na província de Tete, os sistemas reabilitados estão nos distritos de Doa, Macanga e Mutarara no Centro de Saúde de de Nhapale, também no povoado Gole-Gole que, para além de furo, tem estação de tratameento e na vila autárquica de Nhamayabué. Alguns destes sistemas funcionam com energia solar, outros com energia eléctrica da rede pública e possuem dessalinazadoras. A reabilitação destes sistemas contribui para a melhoria da qualidade de vida das comunidades. “Como já temos água, estamos felizes mesmo, estamos felizes porque estava difícil obter a água. Naquele tempo de calor, naquele tempo de sol, era muito mais difícil obter a água, mas agora já estamos bem” falava Ana João residente de Mutarara.

Gil Joao é operador e gestor do sistema de abastecimnto de água de Nhamayabué e explica como é feita a distrubuição de água “A distribuição de água é feita de uma forma faseada, temos alguns bairros que têm acesso à água no período de manhã e de tarde também distribuimos para outros bairros”.

Mais a sul, na província de Inhambane, as comunidades cantam e dançam porque a água já está perto, beneficiando também as escolas e hospitais. A reabilitação destes sistemas conferiu maior resiliência em relação às mudanças climáticas, funcionam com base em energia solar e possuem dissalizadoras.

Quinalda Marrengue, é enfermeitra no Centro de Saúde de Quequere “A” conta que água está a impactar positvamente na saúde. “Temos a nossa água aqui na unidade sanitária, por isso não temos mais que nos deslocar a longa distância para termos a água”.

Na província de Maputo, houve a reabilitação da conduta adutora e a ponte metálica de Capoane. Na componente de recursos hídricos, foram intervencionadas as barrragens de Massingir em Gaza, Gorongosa em Sofala, Pequenos Libombos e Corumana em Maputo. Oscar Zibia Óscar Zibia Director da Divisão da Gestão da Bacia do Incomáti na ARA Sul-Instituto Público fala dos beneficios da intrvenção da CERC naquela infra-estrutura.

“O objectivo principal da CERC em Curumana era melhorar a segurança da infra-estrutura na instalação dos piezômetros eléctricos e melhoria de instrumentos de percolação. E isso foi conseguido”.

Em Chókwè, na provincia de Gaza, foram intervencionados os diques de protecção e, na Cidade de Xai-Xai, foi melhorada a protecção da urbe contra inundações, conferindo maior segurança e resiliência.